Jornal31

São Tomé,20Nov2022 – (Jornal31) – Há sensivelmente um mês do fim do ano a realização dos jogos africanos estão interrogados, devido a falta de consenso entre União Africana e várias associações desportivas africanas, obrigando muitas federações e confederações a organizarem campeonatos qualificativos para Jogos Olímpicos para Paris 2024. Informou João Costa Alegre, comissário da ACNOA (Associação Nacional dos Comités Olímpicos de Africa) para realização dos jogos.

João Costa Alegre, uma figura influente do desporto africano e do movimento Olímpico, conta que as negociações para a realização dos Jogos Africanos, andam a passo de caracol, devido a um diferendo entre a União Africana e a ACNOA, a Associação Nacional dos Comités Olímpicos de Africa.

“A União Africana quer assumir o protagonismo dos jogos. A UA não consegue organizar os jogos, se não tiver o apoio da ACNOA (associação nacional dos comités olímpicos de africa). Quem organiza tecnicamente os jogos são as confederações.” explicou João Costa Alegre.

“Perante este impasse as federações e as confederações decidiram que a saída será organizar esses campeonatos para as qualificações”, asseverou.

O são-tomense que em 2019 foi comissário da ACNOA, responsável pela realização dos jogos africanos de Marrocos, que pela primeira vez foram qualificativos para os jogos olímpicos Tóquio 2020, entende que o desentendimento terá consequências negativas para o desporto do continente.

“Quem organiza os eventos desportivos são as organizações desportivas. Quem assume o protagonismo não pode ser organizações políticas “afirmou Costa Alegre.

Os Jogos africanos são uma propriedade da União Africana, com a saída de associações desportivas africanas e do Movimento Olímpico, o evento desportivo deixará de ter relevância internacional.

“Grande parte das federações internacionais e as confederações vão retirar a sua qualificação nos jogos africanos. Quer isso dizer que os jogos africanos vão ser um mero festival desportivo e não vai interessar a ninguém “assegurou  

O impasse levou a João Costa Alegre, na qualidade de Presidente da Confederação Africana de Canoagem a desenvolver contactos para a realização do campeonato africano de canoagem, que serão qualificativos para Paris 2024.

Segundo ele próprio o referido campeonato terá lugar em outubro de 2023 no Egito.

“Estivemos na semana passada a federação internacional de canoagem, confederação africana e as autoridades egípcias, estivemos a estudar as possibilidades para organizarmos o campeonato que terá lugar em Outobro de 2023” indicou Costa Alegre.

Crise afeta desporto africano

A pandemia da Covid-19 que provocou uma crise financeira mundial, agravada pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, concorreram para o fracasso de muitos eventos desportivos internacionais.

“Com esta crise são os atletas que ficam lesados. Uma vez que são nessas competições que eles têm a possibilidade de mostrarem e se afirmarem”, sublinhou

Apesar deste cenário pouco animador, João Costa Alegre, avança que a Argélia vai albergar o centro de alto rendimento de canoagem que servirá de preparação para atletas africanos. Formar campeões olímpicos, potencializar treinadores, nutricionistas e médicos africanos, são oportunidades que se abrem com a criação deste centro.

“Atualmente enviamos os nossos atletas para fora do continente. Com este centro nós trabalharíamos para que essas peças fundamentais do desporto africano ao nível da canoagem treinassem no continente e servissem de exemplos para os outros atletas”

João Costa Alegre, está no movimento olímpico desde 2000, é Presidente do Comité Olímpico de São Tomé e Príncipe (COSTP) Presidente da Federação São-tomense de Canoagem, Presidente da Confederação Africana de Canoagem, membro do comité executivo da federação Internacional de canoagem reconduzido em outubro membro executivo da ACNO, da associação dos comités olímpicos mundiais. Sonha um dia vir ser membro do COI (comité Olímpico Internacional).

“Quem sabe tudo e deus quando ele quiser eu serei chamado para estas funções” recordou alegando direito de reserva sobre este assunto.

João Costa Alegre considera-se um homem de trabalho e de resultados, uma das suas marcas no Comité Olímpico.  João Costa Alegre, um são-tomense, no centro do poder de decisões relacionadas com o movimento Olímpico internacional

Por Ramusel Graça