Adiada para o mês de maio a perfuração de bloco de petróleo em águas são-tomenses

São Tomé, 26 de Fevereiro de 2022 – (Jornal31) O navio que deveria realizar a perfuração do bloco de petróleo na zona económica exclusiva de São Tomé e Príncipe, transferiu as suas operações para a Namíbia, obrigando a um adiamento. Um atraso que, segundo garantem as petrolíferas portuguesa e britânica, Galp e Shell respectivamente não compromete os planos originais de trabalho acordados com o Estado são-tomense.
Uma nota da ANP-STP (Agência Nacional de Petróleos de São Tomé e Príncipe) enviada ao Jornal 31, refere que “ as operações para o primeiro furo do Bloco 6, intitulado “Jaca” foram adiadas devido à indisponibilidade do navio-sonda Valaris DS-10, que iniciou operações na Namíbia”.
A Agência Nacional de Petróleos considera que, em face da natureza complexa das operações de pesquisa de petróleo e gás ” a mudança de calendário não é rara neste tipo de projecto.”

O consórcio Galp e Shell informou por outro lado ao Estado São-tomense que, em virtude do constrangimento verificado, uma alternativa foi encontrada. Trata-se, de acordo com o comunicado, do navio sonda “Maersk Voyage“, bem equipadoe com larga experiência na realização de operações de perfuração na África Ocidental, nomeadamente em Gana, Angola e Guiné Equatorial, o qual foi contratado para realizar o furo do Bloco 6, no alto-mar de São Tomé.
“Maersk Voyage” – avança o documento – foi utilizado na perfuração do poço Venus da Total Energies, em Namíbia.
As petrolíferas Shell e Galp esperam iniciar as operações no início de Maio, e garantem que “ apesar do ligeiro atraso, os planos originais não ficaram comprometidos”.

No entanto, o Ministro das Obras Públicas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu disse que a mudança dos planos de trabalho e calendário das petrolíferas Shell e Galp, que previam a perfuração do Bloco 6 entre finais de Fevereiro e início de Março “ está completamente fora do nosso alcance.“
“ Estamos a aguardar todas as informações possíveis para que possamos salvaguardar o nosso processo aqui ” – garantiu Osvaldo Abreu, em declarações à Imprensa esta quinta-feira (24.02), aquando da visita que efectuava à estrada EN1, que liga a cidade de São Tomé a Guadalupe.

Saliente-se que, antes mesmo do início das operações, as duas empresas se reuniram com diferentes órgãos de soberania e a sociedade civil, informando sobre a natureza do processo que pela primeira vez irá acontecer nas águas são-tomenses, concretamente na sua zona económica exclusiva.
A petrolífera Galp adquiriu os direitos do Bloco 6 em 2015, com 45 por cento. Em 2019, a americana Kosmos Energy vendeu a sua participação de 45 por cento à britânica Shell. O Estado São-Tomense detém 10 por cento, neste mesmo Bloco.
Por Ramusel Graça
Deixe uma resposta