Jornal31

São Tomé, 06 de Março de 2022 – (Jornal 31)- João Costa Alegre, reeleito presidente da Confederação Africana de Canoagem e Kayak, em entrevista exclusiva a este diário digital,  diz-se comprometido com o desenvolvimento da modalidade em África. O Movimento Olímpico Internacional descreve-o como sendo uma personalidade forte, trabalhadora e conhecedora dos problemas do desporto no Continente.

João Costa Alegre sucede a si mesmo na liderança da CAC, Confederação Africana de Canoagem. A eleição aconteceu em Djibuti e trata-se do seu quarto mandato à frente dos destinos da organização. O são-tomense chegou à testa da confederação no ano de 2011, a convite dos dirigentes do Movimento Olímpico Internacional, que reconheceram nele a figura ideal para tomar as rédeas do referido organismo desportivo –  referiu o presidente recém-eleito.

“O que me move é o trabalho, e esta minha eleição é fruto do trabalho que tenho desenvolvido ao longo dos anos desde que cheguei à liderança da organização” – são  palavras proferidas ainda por João Costa Alegre, Presidente da Confederação Africana de Canoagem, em exclusivo  ao Jornal 31.

O cargo de primeira vice-presidente coube à representação da Somália, enquanto que a posição do segundo e terceiro vice-presidentes da CAC foi ocupada respectivamente por personalidades eleitas da Nigeria  e, finalmente, o posto de Secretário Geral competiu a um representante  do Djibuti.

Costa Alegre considera que se trata de uma equipa homogénea, com a qual irá trabalhar nos próximos quatro anos.

“O meu maior desafio é desenvolver a canaogem. Acredito que estamos num bom caminho, actualmente são membros da organização 38 federações.” – disse.

Não obstante o aumento do número de federações que integram a CAC, o desportista são-tomense garante que a meta principal da organização desportiva africana que lidera “é massificar a modalidade em África”.

“Decidimos na última Assembleia Geral que os países que não participam nas competições africanas e não pagam as quotas, não devem receber os beneficios da Confederação”

“A quantidade não significa qualidade, queremos sim, salvaguardar a prática da modalidade” – sublinhou Alegre, que falava a partir da Republica Federativa da Nigéria, onde assistia a uma prova de canoagem, a convite do presidente deste país africano.

Em entrevista exclusiva ao Jornal 31, João Costa Alegre equipara os pormenores da sua reeleição ao modelo de poltícas e programas levados a cabo na Federação São-Tomense de Canoagem, da qual é Presidente.

“Somos actualmente campeões de Áfricanos em C2 100 metros” – adiantou o entrevistado frisando que “nada cai do céu.”

Recorde-se que São Tomé e Príncipe se sagrou campeão de Áfricano em C2 1000,nos Jogos Africanos de Marrocos, o que pela primeira vez conferiu ao País a qualificação  para os Jogos Olímpicos.

“Em tudo o que fazemos na nossa vida, é preciso que tenhamos objectivos e paixão. Temos que estar firmes(…), devemos trabalhar para que possamos mais tarde colher os resultados.”

“Infelizmente no nosso País, não existe cultura e hábitos de promoção de valores, o que mais fazemos é destruir” –  desabafou.

Conta que o facto de se “ter um são-tomense à testa de uma organização como esta, deve ser uma honra para o País” e que   não se trata apenas de João Costa Alegre, mas sim, o nome de São Tomé e Príncipe”.

Felicitações a João Costa Alegre

Sendo também presidente do Comité Olímpico de São Tomé e Príncipe desde 2002, Costa Alegre afirmou ter recebido felicitações de alguns são-tomenses por ocasião da sua actual reeleição aos destinos da Canoagem no Continente, entretanto não quanto desejava, esperava mais.

O dirigente desportivo lembrou, num tom alarmante, que “o mais importante é saber que infelizmente no meu País não sou valorizado, mas sou acarinhado no Movimento Olímpico Internacional”.

Mustapha Beraf, presidente da ACNOA (Associação Nacional dos Comités Olímpicos de África), da qual João Costa Alegre é membro do comité executivo, endereçou uma mensagem de felicitações ao mesmo pela sua reeleição à presidência da Confederação Africana de Canoagem.

Na missiva, Beraf escreve que espera contar com João Costa Alegre “para prosseguir o ideal olímpico, que visa promover o desporto, valores como a solidariedade e o amor.”

O presidente da ACNOA foi mais longe, recordando que só “na base de um diálogo aberto e franco, se permitirá que os jovens africanos possam tirar maior proveito da política das duas organizações desportivas africanas”.

Por outro lado, o presidente da ICF (Federação Internacional de Canoagem), Thomas Konietzko, classificou o são-tomense João Costa Alegre como sendo “o homem forte”, tendo em conta a forma pacífica como decorreu o congresso electivo.

“Desde muito cedo deste provas naquilo que fazes” – acentuou Thomas Konietzko, que ao longo da sua missiva teve ainda a ocasião de proferir as seguintes palavras honrosas: “espero que o senhor Presidente e a sua Equipa possam prosseguir com o trabalho brilhante que vêm fazendo para o bem  estar dos atletas e para o desenvolvimento da modalidade em África.”

Olimpíadas – Canoagem Africana

João Costa Alegre elege e aponta como uma das suas prioridades a instalação de dois Centros de Alto Rendimento de Canoagem e Kayak: um em Marrocos e outro na Nigéria.

Convidado e indigitado pelo presidente da República Federativa da Nigeira, Costa aproveitou o ensejo para desenvolver contactos com vista à materialização do referido  projecto.

Confirmou igualmente que irá retomar o intercâmbio com as autoridades marroquinas, no sentido de que aquele Estado igualmente albergue o centro de alto rendimento. O primeiro passo – recorde-se – ocorreu durante a realização dos Jogos Africanos naquele País.

“Se nós quisermos chegar ao pódio  nos Jogos Olímpicos, temos de parar de gastar dinheiro nas modalidades que não dão resultados, e consagrar esforços naquelas que garantem medalhas, que são capazes de disputar o título em qualquer competição”.

João Costa Alegre Afonso ocupa atualmente as seguintes  funções: Presidente do Comité Olímpico de São Tomé e Príncipe; Presidente da Federação São-Tomense de Canoagem e surf; membro do comité executivo da ACNO, primeiro vice-Presidente da ACNOA; e membro do comité executivo da Federação Internacional de Canoagem.

Por Ramusel Graça