54 mil doses de vacinas da AstraZeneca vão ser distruídas em são Tomé e Príncipe?

São Tomé, 16 março 2022(Jornal31) Filomena Monteiro, Ministra de Saúde de São Tomé e Príncipe, anunciou esta quarta-feira(15.03) que vão ser distruídas 54 mil doses de vacina da Astrazeneca. As vacinas foram doadas pelos parceiros internacionais, em dezembro e o prazo de validade termina neste mês de marco, numa altura, em que o governo corre contra o tempo para atingir a meta de 70 porcento da população vacinada, até junho próximo.
No dia em que São Tomé e Príncipe completou um ano de campanha de vacinação contra Covid-19, a Ministra de Saúde, Filomena Monteiro, informou numa comunicação ao País que, “54 mil doses de vacinas vão ser destruídas, tendo em conta que atingiram a data limite para serem usadas”
Filomena Monteiro, lamentou o facto, e afirmou que diligências foram feitas, para que Países vizinhos e amigos, Gabão e Angola respetivamente com maior necessidade pudessem receber a doação, os resultados foram infrutíferos.

“Eles não aceitaram tendo em conta o prazo de limite de administração das mesmas” disse.
Há quarenta e cinco dias no cargo, a titular da pasta da Saúde entende que o sistema nacional de saúde falhou na previsão de stock, e atribuiu responsabilidades ao gabinete de vacinação, por não ter feito o diagnostico e a gestão da capacidade de absorção das vacinas contra covid-19.
“Para um bom gestor não deveríamos ter recebido as vacinas, tendo em conta o prazo de validade das mesmas. 54 mil doses de vacinas em três meses, não iriamos conseguir vacinar as pessoas, uma vez que, recebemos em dezembro e a validade terminava em março” indicou.
Filomena Monteiro, mostrou-se embaraçada com a situação atual, que no seu entender decorre também da fraca aderência da população por resistência contra a vacinação, e descrença em relação a covid-19.
“Temos que mudar de estrategias. As brigadas fixas de vacinação e os seus agentes passaram a andar de porta em porta para administrarem a vacina”.
A Ministra de Saúde que recebeu várias ofertas para receção de vacinas, recusou-as por falta de capacidade do País em absorvê-las.

Salienta-se que a campanha de vacinação arrancou no arquipélago de 200 mil habitantes, a 15 de março de 2021, um ano depois da OMS(organização mundial da saúde) ter declarado a pandemia da Covid-19.
No entanto, com a primeira, segunda doses de vacina e a dose de reforço foram imunizadas um total de 195mil 925 pessoas
“Com a primeira dose vacinamos 93mil 129 adultos, 18mil 943 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e 17 anos, com a segunda dose 69 mil 810 adultos, e 9mil 819 adolescentes. Com a dose de reforço 4mil e 244 adultos, traduzindo assim, num total de 195mil925 mil doses de vacinas, no território nacional” explica a governante.
Não obstante, os dados atuais segundo garantiu Monteiro, vai decorrer no território nacional entre os dias 15 a 31 de março corrente a “campanha de reforço de vacinação“.

O objetivo é permitir que São Tomé e Príncipe atinja 70 porcento da população vacinada até ao final do mês de junho. A previsão do governo era de que, a tal percentagem fosse obtida este mês.
A campanha de vacinação começou com força, um ano depois ela desacelerou ao longo do percurso. O impacto negativo da atribuição de fundo de covid-19 às famílias vulneráveis em São Tomé e Príncipe, está a refletir no insucesso da vacinação.
“É preciso que se esclareça as pessoas, porque estão a confundir, os agentes de saúde são agentes da segurança social, nada tem a haver. Não somos Ministério do Trabalho e nem somos Ministério do Comercio” alertou
Por Ramusel Graça
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