Jornal31

São Tomé, 20 março 2022-(Jornal31)- O Primeiro Ministro-São-Tomense, Jorge Bom Jesus, foi reeleito este sábado (19.03), Presidente do MLSTP-PSD (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata), com uma maioria simples, e pediu união para vencer as eleições legislativas, autárquicas e regionais, previstas para o final do ano.

“Não houve vencido nem vencedor. Venceu o MLSTP-PSD(Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata), e venceu São Tomé e Príncipe”, afirmou Jorge Bom Jesus, após terem sido divulgados os resultados finais do pleito que o reelegeu, para o segundo mandado de quatro anos a frente dos destinos do partido da independência de São Tomé e Príncipe.

O congresso sob o lema ”juntos conseguimos”, dos 600 votantes apenas 517 compareceram, dos quais 260 congressistas  votaram em Jorge Bom Jesus, o correspondente a 51 porcento dos votos, traduzindo numa maioria simples.

Américo Barros, ex-Vice-Presidente do partido e atual Governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe, obteve 147 votos, enquanto que  Joaquim Rafael Branco, antigo Primeiro-Ministro São-Tomense entre (2010-2012) conseguiu 105.

Na nova direção do partido encabeçada por Jorge Bom Jesus,  destaca-se a nomeação de Filomena Monteiro, Secretária Geral, atual Ministra da Saúde, e Gabdul Quaresma, Diretor do INAE(Instituto Nacional de Estradas). Este, é um dos três vice-presidentes do partido MLSTP-PSD.

“Esta reeleição dá-me muito mais responsabilidades, não é um cheque em branco.”  disse, Jorge Bom Jesus que prometeu por outro lado, “unir os militantes da direção e de base”, e convidou por sua vez os candidatos derrotados Rafael Branco e Américo Barros, a serem permanentemente assessores do partido.

Rafael Branco, que se manteve no final dos trabalhos do congresso no Palácio dos Congressos, foi convidado por Jorge Bom Jesus a trocarem abraços “num gesto de união”, recordando que o MLSTP-PSD é “uma escola da democracia”, refere.

Eleições Legislativas, Autárquicas e Regionais

“A nossa batalha não é fratricida, não é interna. A nossa batalha está lá fora. Temos que ganhar as próximas eleições legislativas, regionais e autárquicas, temos que acreditar.

Eu acredito.” assegurou Bom Jesus, que chegou a liderança do partido social democrata em julho de 2018.

Marcadas para final do ano, não obstante não se conhecer ainda a data do escrutínio, Jorge Bom Jesus, declarou que para o seu partido “doravante a pré-campanha já começou” e ressaltou ainda “estou a contar com todos os camaradas. De Cauê a Região Autónoma do Príncipe”.

Considerado por analistas políticos como figura “ sem forte carisma politico, Jorge Bom Jesus, sublinhou que a vitória alcançada no congresso reconforta-o, apesar de, segundo o próprio ter “ travado muitos obstáculos dentro do partido e na governação”.

“A partir de hoje as coisas vão ter que mudar. Eu próprio vou mudar. Não temos outra alternativa”, afirmou Jorge Bom Jesus, no calor da sua reeleição, que não será ditador” eu não vou partir a mesa com nenhum punho. Terei um punho inflexível e inabalável de autoridade, sem autoritarismo”.

Considerado por uma franja de militantes como sendo uma figura” desgastada” pelo insucesso das politicas adotadas no seu executivo, fruto de duas remodelações governamentais, para apaziguar os ânimos internos, Jorge Bom Jesus, admite ser  figura do MLSTP-PSD às legislativas.

“O que é hoje verdade, amanhã pode não ser, mas, naturalmente acaba por ser incontornável, por inerência de funções. É um recarregar de baterias, indicou Jorge Bom Jesus.

Apesar da sua baixa popularidade, segundo analistas políticos devido a gestão dos fundos da Covid-19, que atrapalhou no terreno a adesão em massa da população à campanha de vacinação no País, e os estragos provocados pela catástrofe natural, Jorge Bom Jesus, sublinha que desde 2002 que MLSTP-PSD partilha a governação do país com outras forças politicas.

Fazem parte do decimo sétimo governo constitucional de São Tomé e Príncipe, o MLSTP-PSD, a Coligação PCD-MDFM/UDD, fruto das eleições legislativas de 2018.

No sexto congresso do MLSTP-PSD estiveram presentes, uma delegação do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), chefiado pelo diplomata Manuel Augusto, e uma representante da OMA, braço feminino do partido Angola da Independência.

No evento marcaram igualmente presença o representante do PAICV ( Partido Africano da Independência de Cabo Verde), Mário Gomes e outras forças politicas São-Tomenses.

Por Ramusel Graça