Taxistas de Neves, exigem melhorias da Ponte de Ribeira Funda

São Tomé,

20 abril 2022-(Jornal31)-Os taxistas de Neves bloquearam esta quarta-feira (20.04) os acessos à Ribeira Funda em protesto aos avultados prejuízos que têm tido desde que a Ponte ruiu em março. A educação, Saúde, Turismo, e a Pesca ressentiram-se com a situação.

Ribeira Funda, amanheceu bloqueada, pintada de veículos amarelos quer de um lado da via, quer do outro. Os taxistas fizeram greve, que começou as quatro da manha desta quarta-feira(20.04). Desde que a ponte se desmoronou, a 4 de março passado que os taxistas queixam-se de que tem acumulados avultados prejuízos na manutenção dos seus veículos.

Os táxis atravessam o rio sobre a água salgada para chegarem à  Neves e vice versa. Os motoristas dizem que em menos de um mês, os gastos na compra de peças para os veículos foram elevadíssimos.

“Ontem (19.04) terça-feira, o motor do carro do meu colega gripou, são cerca de 50 milhões de dobras, cerca de 2 mil euros. Quem vai lhe ajudar a comprar? É impossível aguentar isto! Exclamou, Cremildo Gaspar, descontente com a situação.

Água salgada e doce, estão a causar danos nos transportes que circulam na EN1

A greve dos taxistas de Neves ocorre um mês depois da paralisação dos camionistas de combustíveis da ENCO (Empresa Nacional e Óleo) e outros produtos inflamáveis, terem tomado a mesma iniciativa, motivados pelas más condições da ponte da Ribeira Funda.

Recorda-se que a greve dos camionistas na altura foi sentida em todo o País. O abastecimento das centrais térmicas com combustível foi cortado, e o apagão foi sentido em quase todo o território nacional.

No entanto, os taxistas de Neves dizem que o governo não se tem empenhado o suficiente na resolução dos problemas que se evidenciaram a 1 de março, e que deterioraram-se no dia 4 do passado mês de março, com as enxurradas que arrastaram o tabuleiro da ponte, para a foz do rio.

Vida bloqueada em Ribeira Funda

“Nós ouvimos dizer que já existe dinheiro, porque não fazem as obras, é inacreditável essa situação que estamos a viver cá em Neves”, insurgiu Silvério Gaspar, motorista em protesto.

Albertino Barros, Presidente da Câmara distrital de Lembá diz que a reivindicação dos taxistas de Neves é compreensível, “a situação socio económica no distrito tornou-se insustentável”.

“Os alunos não tiveram aulas, os turistas estão  bloqueados, os médicos, enfermeiros e técnicos de saúde ficaram impedidos de poderem exercer as suas atividades no hospital e centro de saúde” sublinhou em declarações à imprensa no local.

Barros, faz apelo aos governantes “Neves precisa de uma atenção mais rápida possível do governo”.

Cerca de 60 viaturas asseguram todos os dias o transporte de pessoas e bens de Neves à Cidade Capital e vice versa. As consequências da tempestade tropical que se abateu no território nacional em finais do passado ano, continuam a ameaçar a sobrevivência da população de Lembá.

Albertino Barros, Presidente da Câmara de Lembá

“Nós até hoje, não temos água potável para consumirmos. Este problema ultrapassa as nossas capacidades e competências,” afirmou o mesmo.

A ponte da Ribeira Funda desapareceu, o tabuleiro permanece sob o rio, os veículos pesados não se queixam porque possuem caraterísticas e robustez adequadas para circulação naquelas condições, mas, os veículos ligeiros, (taxitas) não aguentam, e pedem ao governo que seja célere nas decisões. Lembá é atualmente um distrito ameaçado.

O governo solicitou uma vez mais, avaliação da situação para criação de uma via alternativa, à uma empresa de construção civil, de forma que os veículos, as pessoas e bens, possam circular em condições aceitáveis e chegarem à Neves.

Por Ramusel Graça

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