2026 nova meta para a erradicação do paludismo em São Tomé e Príncipe

São Tomé, 08 maio 2022 (Jornal31) Um alto responsável do Programa Nacional de Luta contra o paludismo em São Tomé e Príncipe, após a revisão do programa de combate a doença (2016-2021), deixou em aberto a possibilidade de alargar o período da meta de erradicação prevista inicialmente para 2025 para 2026, devido ao estrangulamento registado durante a sua implementação.

“Registamos muitos locais criadores de mosquitos anófeles, em 2021, por causa da influência do Covid-19. Durante o período pandémico deixou-se de colocar larvicidas nas águas paradas”, indicou João Alcântara, Coordenador do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo de São Tomé e Príncipe.

“Em comparação com o ano passado, este ano registamos 1517 casos de paludismo, mais 900 em relação a 2021. Trata-se de um aumento significativo”, afirmou Alcântara, quando apresentava o quadro geral sobre a doença, na reunião do Comité Consultivo de luta contra o paludismo, que é presidido pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova.

Presidente da República, Carlos Manuel Vila Nova

Com as metas traçadas pelo programa, segundo explicou João Alcântara em “ 2022, o pais deveria registar zero casos autóctone de paludismo.”

Verificou-se um retrocesso na luta contra a doença, que deve ser travada por todos até finais deste ano para tentar inverter a situação” ressaltou.

Entre 2006 e 2007, São Tomé e Príncipe deixou de ser uma região meso hipo endémica (Zona de alta transmissão) em que as crianças e as mulheres gravidas eram mais suscetíveis de adoecer o paludismo.

Atualmente o arquipélago de 200 mil habitantes é considerado zona hipo endémica (zona de baixa transmissão), na qual as crianças menores de cinco anos não são suscetíveis de adoecer a malária.

Criada em 2003, a comissão nacional de luta contra o paludismo e o Comité Consultivo reuniram-se pela quarta vez, sob a presidência do Presidente da República Carlos Vila Nova, que reconheceu a necessidade de se alterar a estratégia de luta contra a doença.

Comissão nacional de luta contra o paludismo reuniu-se pela quarta vez desde sua criação em 2003

“Na elaboração do plano para a próxima estratégia, deve-se ter em conta a estratégia de comunicação e informação para que a população se sinta tocada e envolvida neste processo de luta contra o paludismo, que é um problema de todos nós”, afirmou o P.R.

Em consonância com o mesmo, Jorge Bom Jesus, defendeu a mudança de estratégia de comunicação, e mais do que isto, o Primeiro-Ministro São-Tomense quer que a estratégia de luta contra a pandemia do Covid-19 seja igualmente utilizada na luta contra o paludismo.

“Devemos usar todas as formas de divulgação nas redes sociais, ir as escolas e utilizar todas as formas tradicionais, sobretudo temos que inovar na forma de comunicar para que haja mudança de atitude “ressalvou, Bom Jesus, referiu que no seu entender todas as medidas preventivas de qualquer doença são mais baratas do que as curativas.

Em São Tomé e Príncipe prevê-se ainda neste mês o início da vigésima ronda de pulverização intradomicilar. Enquanto isso, nos distritos de Lembá, Lobata e Mé-Zóchi, distritos mais afetados está em curso uma campanha de distribuição de 126 mil redes mosquiteiras, para que a população possa se proteger das picadas dos mosquitos.

Por Ramusel Graça

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