Jornal31

São Tomé,16 maio2022 – (Jornal31) – Joselaica das Neves e Micael Lima, foram os vencedores do concurso musical Vozes D´Obô, na gala final que teve lugar este fim de semana no Palácio dos Congressos.

“Hoje é o dia mais feliz da minha vida, o sonho que tanto almejei (…), graças a Deus, tudo deu certo, disse Joselaica das Neves, a voz feminina que cantou e encantou o público e os júris do concurso.

O concurso que valorizou a preservação das línguas maternas, forro, anguenê, lunguiê, crioulo forro, teve como condão e interpretação de canções dos anos 80.

“As músicas não eram escolhidas por nós eram tiradas na rifa (…). Qualquer música que escolherem para mim, eu bato (…), dizer que isto não é talento, é um dom,” garantiu empolgado Micael Lima, após ter recebido o galardão máximo do concurso.

Micael Lima, dedicou o prémio a esposa Hilária Lima e a filha, e prometeu reverter o prémio em prol do desenvolvimento da escola que pretende desenvolver.

Já Joselaica das Neves outra vencedora na categoria feminina, disse que” não esperava pelo resultado” conta que “acordei com boa disposição, e no final deu tudo certo.”

Joselaica, que na gala final do Vozes D´Obô, interpretou músicas do cantor “Leu Boca Copo”, prometeu continuar a trabalhar para tornar-se numa cantora de referência em São Tomé e Príncipe.

Os vencedores levaram para casa como prémio, mil e 200 euros, uma estatueta, e o galardão máximo. Serão agenciados pela On-Time Entretenimento e terão a possibilidade de gravar três vídeos clipes.

Foram dois meses de trabalho, tempo considerado demasiado curto, para Filipe Santos, músico são-tomense radicado em Londres, que abraçou o projeto. Para além de fazer parte da banda que atuou ao vivo no concurso, foi orientador dos jovens e fez parte da equipa de seleção.

“Nós criamos uma certa familiaridade, até porque se pudéssemos passávamos todos. Só que, temos que filtrar. Foi um final feliz, todos estão de parabéns” referiu Santos, que considera que o projeto desta natureza deve continuar.

“Descobrimos talentos que não são poucos. Eu faço apelo que se continue, que geremos mais atividades do género para que se consiga identificar vozes, valores que temos cá ao nível de São-Tomé e Príncipe”.

Filipe Santos, disse que deixa o País com sentimento de dever cumprido “eu pessoalmente sabia que nós temos muitos bons talentos (…), mas, não estava a espera de tantos. Saio desta missão com o sentido de dever cumprido.”

Filipe Santos, atou no Vozes D´Obô, em que marcaram presença centenas de espectadores.

Gilberto Gil Umbelina, igualmente natural da ilha do Príncipe, um dos três membros do júri do concurso, que também atou no espetáculo na gala final do Vozes D´Obô, reconhece que “a ilha é um celeiro de talentos.”

“Durante os anos em que estive fora, eu não sabia que havia tantas miúdas e rapazes a cantar e também a tocarem violão. Estou muito feliz, e um bom haja a mais iniciativas desta natureza” confessa.

Vozes D´Obô, foi produzido no âmbito do programa Pró Cultura, financiado pela União Europeia, e gerido pelo Instituto Camões e redes das embaixadas da União Europeia, com financiamento direto no valor de 20 mil euros.

“Este foi o primeiro ensaio de aprendizagem. Vamos melhorar e encontrar mecanismos de apoio que permitam promover este tipo de iniciativa, do ponto de vista comercial”, afirmou Luisélio Pinto, um dos três mentores do projeto musical vozes D´Obô.

“Um dos grandes desafios que fizemos em prol da cultura e criação de emprego duradoiro, e aí está. Penso que agora a nossa cultura deve ser cuidada, “rematou Luisélio Pinto

Por Ramusel Graça