Jornal31

 São Tomé,18 maio 2022 -(Jornal31) – A ENASA (Empresa Nacional de Segurança Aeroportuária), moderniza o sistema de navegação e controlo aéreo via satélite, para dar cobertura ao aumento esperado de tráfego aéreo com o advento da exploração petrolífera e fluxo de turistas que elegem as ilhas de São Tomé e do Príncipe como seu destino de férias.

Dentro de oito meses, o sistema de comunicação via rádio HF, ADSB, com as aeronaves deixa de ser usado no aeroporto e no controlo do espaço aéreo de São Tomé e Príncipe.

A diminuição da dependência dos equipamentos em terra, segundo; Hélcio Costa, chefe do departamento de navegação aérea da ENASA será colmatada pela adoção do sistema PBN.  

“Vai se conseguir acomodar mais aviões e aeronaves, em menos espaço e lidar com congestionamentos aéreos, tornando o aeroporto de S. Tomé mais acessível, mais seguro, e consequentemente diminui-se a duração dos voos, explica este controlador aéreo são-tomense.

O mesmo ressalta ainda que” com a nova condição consegue-se diminuir a poluição e emissão de dióxido de carbono, bem como desenhar-se corredores aéreos”.

Por sua vez, Gaudêncio Costa, diretor da ENASA entende que a utilização do sistema PBN (Navegação Baseada em Performance) tem vantagens económicas para São Tomé e Príncipe, pelo que considera tratar-se de “uma aposta muito forte em termos de aviação aérea, para o desenvolvimento da nossa economia, considerando que estamos inseridos numa zona de conflitos em que se regista a presença de pirataria marítima.”

“Se reparar quando as aeronaves se aproximam de São Tomé e Príncipe fazem uma série de manobras antes de aterrarem, com o sistema PBN é direto, é mais fácil a aterragem, destacou Gaudêncio Costa.

Encontram-se no País dois peritos em aviação de uma agência com sede em Dakar no Senegal, que estão a fazer todo o levamento dos equipamentos necessários, e de igual modo irão  desenhar o espaço aéreo são-tomense e outras especificidades para adoção do sistema de navegação e controlo aéreo por satélite.

São Tomé e Príncipe, faz parte de um grupo restrito de países africanos que ainda não adotou o sistema PBN.

O país situado no Golfo da Guiné, com 200 mil habitantes, cujo Aeroporto Internacional passará a denominar-se de Aeroporto Nuno Xavier Daniel Dias, recebe cinco voos semanais com ligação à Europa, através da TAP (Transportadora Aérea Portuguesa), e um voo semanal da STP Air Ways, companhia da Bandeira Nacional.

Ainda com algumas rotas sem ligação, sobretudo aos países da sub-região africana devido a pandemia do Covid-19, o Aeroporto de São Tomé e Príncipe aguarda por aumento de números de voos, e igualmente pela construção de um terminal de cargas com apoio do Banco Africano de Desenvolvimento.

Por Ramusel Graça