Criação de buzio reduz ameaças na natureza em São Tomé e

São Tomé, 27 junho2021-(JORNAL31) – O alto consumo e a exportação excessiva do Buzio vermelho “molusco” espécie introduzida na ilha, a   terçeira fonte de proteína mais consumida pela população são-tomense, obrigou a criação deste caracol, pelas famílias residentes no mundo rural com finalidade de reduzir as ameaças sobre a natureza. 

Há sensivelmente dois anos que várias famílias residentes no perímetro do Parque Obô de São Tomé, do consumo do buzio vermelho. 

Na roça Lembá, norte da ilha de São Tomé, concretamente em Santa Catarina, Herminio Cobra, um agricultor de 62 anos de idade, recebe , é um dos beneficiários do projeto produtos florestais não lenhosos (PNFL) desde 2019. 

O agricultor recebeu na sua parcela visita de rotina da equipa técnica da Alisei (organização não governamental italiana), que auxilia os beneficiários a implementarem com sucesso a criação de buzio. 

Sorridente, explica que já consumiu mais de “vinte búzios” as primeiras produções. 

Conta que a criação deste molusco tem vantagens”, alimenta-se de verduras e não só”, depois prosseguiu: “aquilo que eu como eu também lhe dou, fruta pão banana, casca de ovos choco, entre outros para o a sua carne tenha muito cálcio.” 

Ele explica” que nunca pensou em criar buzio em toda sua vida”, no passado percorria quilómetros e quilómetros para apanhar buzio para alimentar a minha família.” 

Estudos da direção geral do ambiente de São Tomé e Príncipe, indicam que o buzio, esta a diminuir, devido ao consumo excessivo no mundo rural e pela população de uma forma em geral. 

Buzio vermelho, é a terçeira fonte de proteína mais consumida, pelos são-tomenses e mais utilizada pela comunidade de mundo rural, enquanto que o peixe está no primeiro lugar e a carne de proco na segunda posição. 

A criação do buzio representa uma fonte alternativa económica, para as famílias mais desfavorecidas do mundo rural e ao mesmo tempo, ela permitira reduzir a presença constante dos homens nas florestas, que acabam por caçar pássaros e destruir plantas medicinais endémicas no interior da biodiversidade. 

Na ilha de São Tomé, diariamente baldes e cestas de buzio são comercializados nos mercados em São Tomé Príncipe, uma parte é exportada para Angola Portugal e Nigéria. 

Tal como Matias Cobra, Inês Cardoso, (ver a foto) diz, que buzio ajudo-a criar os seus onze filhos e enteados.” 

O tempo passa e as coisas mudam, conta que era o prato mais acessível, avançou por outro lado que era “sempre acompanhado de fruta pão e banana e atualmente arroz”. 

Prossegue que o molusco “é mais gostoso quando se confeciona com a gordura de coco”, atira “é muito bom”. 

“Hoje dependo menos de buzio de para sobreviver, agora quando falta peixe de vez em quando recorro a capoeira.” Inês, desabafa “buzio que nós criamos, sabemos o quê que eles comem.” 

Sombra, humidade, ração composta por (casca de ovos e choco visam reforçar o cálcio) incluindo a verdura, fazem parte da cadeia alimentar deste molusco. 

A criação de buzio para o consumo demora entre seis a sete meses. O PNFL é um projeto financiado pelo programa das nações unidas para o desenvolvimento, (PNUD) e gerido pela direção do ambiente de São Tomé e Príncipe. 

Lembre-se que “buzio de obô”, caracol grande e preto endémico de São Tomé e Príncipe, sofreu um rápido declínio, devido ao consumo excessivo. 

Ela encontra-se atualmente segundo estudos no interior do parque natural Obo de são Tomé, em zonas especificas que os investigadores, não identificaram face ao receio do seu total desaparecimento. 

Buzio vermelho faz parte de uma dezena de carocais existentes na ilha que se estima chegaram as ilhas durante o comercio de escravos provenientes em embarcações pelos países da africa oeste. 

Ramusel Graça 

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