Acusação de desvio de medicamentos no sector da Saúde gera mal-estar entre Sindicato e Governo

São Tomé, 19 de janeiro de 2022-(Jornal 31)- O ministro são-tomense da Saúde, Edgar Neves, acusou os profissionais do Sector de serem autores do desvio de medicamentos que obriga à rotura cíclica dos referidos  produtos  e reagentes no sistema nacional de saúde. Em resposta, o  sindicato da classe  interrogou o titular da pasta de saúde  questionando-o “se o desvio começa de cima ou de baixo”. 

No jornal da sexta da TVS (Televisão Santomense), o ministro da saúde, Edgar Neves confirmou ter feito tais declarações. 

“Claro que há desvio de medicamentos, digo isso”, afirmou Edgar Neves, impaciente com o posicionamento do sindicato dos médicos face às suas exigências do memorando de entendimento assinado em Novembro passado. 

Na entrevista, este alto responsável asseverou que a solução para o desvio de medicamentos passaria pela informatização e controlo dos fármacos no sistema nacional de saúde. 

Assegurou ainda que um concurso para a seleção da empresa que iria desenvolver o Software, foi aberto no Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe. 

Reagindo às citadas informações, esta terça-feira, (18.01) Benvinda Cruz, presidente do sindicato dos médicos, interrogou o tutelar da saúde Edgar Neves, perguntando-lhe “se o desvio vem de cima ou de baixo”. 

Considerando a hipótese que tal facto ocorre, a médica quis saber que medidas foram tomadas para sanar o problema e a consequente sanção para os seus infratores. 

 A crispação instalada entre o Governo e o sindicato dos Médicos, acontece numa altura em que termina esta quarta-feira (19.01), o prazo fixado para o cumprimento pelo executivo do memorando de entendimento assinado entre este e o sindicato dos profissionais de saúde. 

Dentre os vários pontos acordados , consta a melhoria da qualidade de prestação de cuidados de saúde, incluindo o abastecimento de medicamentos e reagentes no Hospital. 

Benvinda Cruz avança que foram esgotados  os prazos estabelecidos para a negociação.  

A sindicalista garantiu que o governo tem em mãos o caderno reivindicativo sobre a melhoria de qualidade de prestação de cuidados de saúde, incluindo a falta de medicamentos e reagentes”. 

Entretanto, Edgar Neves mostrou-se surpreendido com as declarações de Benvinda Cruz, presidente do sindicato dos médicos, que na ocasião havia dito que o prazo para cumprimento do memorando de entendimento terminava esta quarta-feira (19.01). 

Contrariamente, o ministro disse ter reunido no dia (10.01) com o sindicato dos técnicos da Saúde e demais instituições e que foi “reagendado outro encontro para o dia 21 deste mês.”. 

Se, por um lado, Edgar Neves reclama tempo para a solução do diferendo, o sindicato mostra-se irredutível face às explicações do governo. 

Benvinda Cruz remata que a morosidade do executivo obrigou a que os profissionais afetos ao Banco de Urgência paralisassem durante quatro dias os serviços prestados no hospital Ayres de Menezes. 

Respondendo aos imperativos da mesma greve, foram feitas intervenções “no exaustor do edifício, igualmente foram colocados dois aparelhos de ar condicionado nas instalações e o governo garantiu segurança para o sector”  

Por Ramusel Graça 

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