Composto orgânico incentiva agricultura biológica 100% natural em São Tomé e Príncipe

São Tomé, 21 de Jan- (Jornal31) – Um jovem são-tomense é responsável pela produção trimestral de mais de três mil toneladas de resíduos destinados ao mercado. Um eixo de negócio ainda pequeno, mas que visa salvaguardar o futuro do Planeta e das novas gerações. A produção de compostos orgânicos estimula a actividade agro-produtiva  e garante a sustentabilidade do solo.

De canteiro em canteiro, Edgar Coelho remexe o composto orgânico em fase de decomposição. Há dois anos que se vem dedicando a esta atividade. Ele trabalha com cascas de cacau, cascas de búzio, de café e de banana verde e madura. O mesmo descreve a importância desses resíduos.

Edgar aproveita resíduos selecionados como, por exemplo: a casca do cacau que é rica em potássio; a casca do café que contém nitrogénio, fósforo e potássio; a casca do búzio, rica em cálcio; a casca da banana verde, detentora de fibras e a da banana madura, possuindo vitaminas A e C.

O jovem mostra-se determinado em diminuir o nivel de resíduos destinados ao aterro descontrolado. “Aproveitamos esses residuos dando-lhes uma nova utilidade, o que contribuirá para o fomento de uma agricultura sustentavél”, assegurou.

Em São Tomé e Príncipe, muitos agricultores têm estado a aderir à agricultura e horticultura biológicas.

A qualidade do produto é compatível com o preço praticado no mercado. Licenciado em Turismo, Edgar é um defensor do ambiente e da agricultura sustentavél.

No Pais, o composto orgânico é um produto que aos poucos se vem valorizando e já ocupa um nível de excelência no mercado ecológico do Arquipélago. Atendendo à dimensão das Ilhas, Edgar considera a qualidade do produto como o seu principal cavalo de batalha e a sua alma de negócio .

O mesmo  acrescenta que a materialização do ideal que abraça, resulta da participação no programa “Empreende Jovem” financiado pelas Nações Unidas, que custaream na globalidade o seu projecto, o qual se tornou, há já dois anos, no seu ganha-pão.

“Temos todo o poder de fazer a diferença”, garantiu o jovem empreendedor, que projecta construir uma fábrica maior, associada à horticultura – uma espécie de campo piloto, demonstrativo da contínua evolução dos compostos que vai produzindo.

Ele próprio confessa que clientes não lhe têm faltado, desde o cidadão comum aos agricultores, horticultores e garante que as perspectivas de negócio são bem animadoras.

“De acordo com o meu plano de atividade, ao longo desses dois anos já atingimos acima de três mil toneladas.“

Em Mesquita, muitos horticultores ganharam o gosto pela horticultura biológica e recorrem ao composto orgânico como solução, como é o caso de Herlander Lopes, que se mostrou satisfeito com a colheita de malagueta, a sua primeira produção biológica.

A produção cem por cento natural constitui um desafio e meta em São Tomé e Príncipe, as autoridades incentivam e os agricultores apostam nela com firmeza, consideram que é o mercado do futuro e a preferência do consumo humano. Ao mesmo tempo que a FAO aconselha os agricultores são-tomenses a abandonarem o uso de fertilizantes químicos, que além de pouco saudáveis, causam o  empobrecimento dos solos.

Por Ramusel Graça

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