Governo são-tomense e Sindicato dos profissionais de Saúde chegam a entendimento

São Tomé 25 Jan 2022 -(Jornal31)- O Governo são-tomense e o Sendicato dos profissionais de saúde chegaram, esta segunda-feira, ao entendimento sobre a necessidade de abastecer o Hospital Ayres de Menezes e os Centros de saúde do Estado com medicamentos. Além disso, o Governo comprometeu-se em melhorar as condições básicas de trabalho dos profissionais da saúde.
Engrácio Graça, Ministro das finanças e economia, foi porta voz do Governo. No final do encontro informou a imprensa que em breve o sistema nacional de saúde estará abastecido com medicamentos e reagentes. O governante explicou que faltam apenas liquidar trinta por cento da factura para que a empresa seleccionada, pelo concurso público, forneça os medicamentos e reagentes ao País.
Segundo ele desde dezembro passado deu-se início ao processo para a compra dos medicamentos e reagentes, mas o processo “estava a ser acompanhado e fiscalizado pelo Tribunal de Contas”.

“Há um processo e temos que cumpri-lo. Nós, independentemente de querermos fazer as coisas rápidas, há que se cumprir coma legalidade”, indicou. “É preciso lançar os concursos, verificar o time que a lei de licitação prevê, identificar empresas e só depois enviar ao Tribunal de Contas”, afirmou Engrácio Graça. Neste aspecto, o Ministro reconhece que houve celeridade do Tribunal de Contas na viabilização do processo e garante que a instituição o fez em tempo “record”.
Além disso, explicou ainda que o “enquadramento normativo para equivalência do curso de enfermagem da formação media, desconto para profissionais no acesso ao sistema nacional de saúde” vão ser resolvidos através de um despacho. A melhoria das casas de banho da maternidade e do bloco operatório, são questões que serão feitas para dar dignidade não só aos profissionais de saúde mas também aos pacientes.
Sindicato e Governo entendem-se
No entanto, Ramom dos Prazeres, secretário-geral do sindicato dos técnicos da saúde, afirmou que o encontro com o Governo que devia ser realizada na sexta-feira passada não se realizou devido as declarações difamatórias do ex Ministro da Saúde, Edgar Neves e que, todavia, as partes reunirão dentro de oito dias para avaliação das revindicações. Segundo ele, “da parte do Governo há total disponibilidade para resolver alguns pontos cruciais”.

Segundo ele, o sindicato agiu na sequência da orientação dos profissionais de saúde ao sentirem que a sua imagem ficou manchada após as declarações de Edgar Neves, segundo as quais a roptura constante do stock de medicamentos tem a ver com “desvio de medicamentos por parte dos médicos”. “Ele, como médico, deve ter a plena consciência que de uma forma ou de outra feriu os médicos de uma forma geral.”, assegurou
De relembrar que, em novembro de 2021, o sindicato dos médicos e enfermeiros de São Tomé e Príncipe ameaçou entrar em greve. No entanto, as partes estabeleceram uma lista de prioridades que devia ser cumprida no período de quatro semanas.

Dentre as várias reclamações, o sindicato exigia segurança nas instalações, climatização nas salas, funcionamento das portas eletrónicas e reparação do exaustor do edifício”
Findo o prazo para o cumprimento das exigências, o sindicato decidiu paralisar os trabalhos nos serviços de banco de urgência. A paralisação manteve-se durante quatro dias.
O Banco de Urgência do HAM (hospital Ayres de Menezes), recorde-se, foi reabilitado em 2010. Com o final da cooperação bilateral com Taiwan, todas as tecnologias dos serviços hospitalares e centros de saúde deixaram de funcionar, situação lamentada por Benvinda Cruz, presidente do sindicato dos médicos de São Tomé e Príncipe.
Revindicações no sector da saúde são cíclicas em São Tomé e Príncipe, ora por melhores condições de trabalho ora por questões salariais.
Por Ramusel Graça
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