Maior Cooperativa de Produtores de Cacau Biológico exporta 1650 toneladas de cacau seco para França

São Tomé, 26 janeiro 2022 – (Jornal31)- A CECAB – cooperativa de agricultores, produtores e xportadores de cacau biológico, em São Tomé e Príncipe, exportou 1600 toneladas em 2021 para Europa, e perspetiva um aumento significativo de exportações para o presente ano de 2022. Perspetiva igualmente a inauguração de uma fábrica de chocolate, prevista para o primeiro semestre de 2022. A fábrica de chocolate será uma linha de negócio que o diretor executivo António Dias, considera um “novo mundo”.

No balanço do final do ano de 2021, apresentado pela CECAB, a maior cooperativa de agricultores de produtores e exportadores de cacau biológico de São Tomé e Príncipe, António Dias, diretor executivo da referida cooperativa, disse que o plano traçado entre 2016 e 2021, foi atingido.

“Os produtores produziram 1650 toneladas de cacau biológico seco” afirmou António Dias, que considera os números, uma cifra positiva, pois segundo as previsões feitas, a cooperativa estimativa atingir 1500 toneladas.

Um resultado que Dias descreve como sendo “Memorável” no âmbito do plano de negócios traçado para o período entre 2016 e 2021.

“Para quem conhece o mundo agrícola, a produção e transformação de produtos é um trabalho muito árduo” referiu o director executivo da CECAB, Antonio Dias, no balanço de 2021.

O cumprimento do plano de negócios da associação garantiu António Dias, que foi influenciado positivamente pela mais valia das seis associações que entraram recentemente na cooperativa, e que, por sua vez contribuíram com “40 toneladas de cacau seco.”

A formação dos recursos, limpeza da área de cultivo, intercambio, enxertia e alta pluviosidade, decorrente da mudança do clima,” Dias, entende que foram fatores fundamentais para o sucesso alcançado.

A produção de cacau biológico seco foi exportada para França, para a chocolateira KAOKA, a principal cliente da cooperativa neste momento.

As 1.650 toneladas de cacau seco representam 131 contentores de 20 pés, que correspondem a um volume de negócio de cinco milhões de euros.  Importa referir que a qualidade do produto foi certificada pela empresa alemã Flocert.

O incremento da produção e da produtividade tem efeitos diretos na melhoria de qualidade de vida das três mil famílias, que laboram para a cooperativa.

2021 prejuizos e dificuldades

Apesar do resultado positivo, a CECAB, segundo António Dias, confrontou-se com vários contratempos que quase comprometeram o sucesso da produção em 2021.

Essas dificuldades foram significativas e refletiram-se, sobretudo nas avarias dos meios de transportes (tratores) para recolha da produção no interior da plantação, na avaria de equipamentos de secagem (secadores térmicos), situação que obrigou a associação a perda e desperdício de mais de oito toneladas de cacau seco, assim como, de vinte toneladas de cacau em goma.”

“Fomos obrigados a assumir os custos, porque não foi culpa dos agricultores nem das associações nem tão pouco da CECAB”, assegurou António Dias.

Perspetiva Económicas futuras da CECAB

Em declarações ao programa televisivo da CECAB, António Dias, director executivo da associação, planeia no período entre 2022/2027, construir dez secadores térmicos e atingir a produção de 2000 toneladas de cacau seco biológico, cifra que representa um aumento de 100 toneladas em cada ano.

Para além, do aumento da produção e da produtividade, outro desafio da cooperativa é realizar a transformação local do cacau, bem como o fabrico de chocolate e não só.

A fábrica localizada em Guadalupe, cidade do distrito de Lobata zona-norte de São Tomé, conta com 80 porcento de financiamento do governo de São Tomé e Príncipe. A nova unidade fabril entra em funcionamento entre abril e junho do presente ano.

“A infraestrutura não funcionará por si, outros restantes contributos serão da responsabilidade da CECAB, logo para nós 2022 vai ser um ano de desafio a dobrar”, avançou, Dias, referindo a este projeto como sendo um sonho de longa data, que está próximo de ser concretizado.

Como ele próprio refere, “é um mundo novo que vamos descobrir, não é a nossa praia, mas, na produção de cacau temos vinte anos de experiência, a sua transformação será uma nova fronteira e novo mundo.”

Por Ramusel Graça

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